Apresentação
Em 2025, o MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal, lar da diversidade mineral no coração de Minas Gerais, completa 15 anos de história e fomento à cultura. Localizado no centenário Prédio Rosa da Praça da Liberdade, em Belo Horizonte/MG, tornou-se uma das principais referências das geociências no país!
É resultado de uma parceria do Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (SECULT), com a iniciativa privada desde 2010, recebendo mais de 1,8 milhão de visitantes desde então.
Aqui você vai conhecer marcos dessa história: a transformação do prédio para acolher o projeto do museu; as ações culturais, científicas e exposições realizadas; e os principais projetos e resultados da instituição. A história de um museu criado com o mesmo cuidado e precisão de quem lapida uma pedra preciosa, onde cada visita é uma nova descoberta e a memória é construída a partir da experiência.
História
Desde 1897, a Praça da Liberdade e seus prédios das secretarias de estado foram o coração político de Minas Gerais, porém, com o crescimento das repartições, do número de funcionários e dos serviços, a Praça já não era mais suficiente. Assim, no centenário de Belo Horizonte, 1997, o então senador Francelino Pereira propõe1 transformar o conjunto arquitetônico da Praça em um conjunto cultural.
A proposta se torna realidade em março de 2010, quando as secretarias são transferidas para a recém inaugurada Cidade Administrativa e o complexo arquitetônico é transformado no que hoje conhecemos como Circuito Liberdade.
Em 22 de junho de 2010, o Museu das Minas e do Metal abre as portas ao público, como um museu de ciência e tecnologia com a missão de contar a história de mineração e metalurgia de Minas Gerais, de forma lúdica e interativa.
As obras de implantação do projeto do Museu no Prédio Rosa, tombado pelo IEPHA, aconteceram entre 2008 e 2010, financiadas pelo grupo EBX, que permaneceu apoiando a instituição até 2013, quando sai e a Gerdau passa a ser a nova empresa mantenedora do espaço, que torna-se o MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal.
Ainda no período da obra, uma minuciosa restauração é realizada pelo Grupo Oficina de Restauro, com foco em portas, pisos, janelas, tetos e os elementos de serralharia artesanal (escada, grades e portões), como também na recuperação de pinturas ornamentais das paredes da antiga secretaria, do alemão Antônio Frederick Steckel, tendo sido reveladas três camadas de pinturas de períodos diferentes, que hoje podem ser vistas através de ‘janelas de prospecção’.
A intervenção arquitetônica projetada no Prédio Rosa por Paulo Mendes da Rocha e seu filho, Pedro Mendes da Rocha, atribuiu novos valores, significados e usos ao futuro Museu. A edificação recebeu novos volumes de vidro e aço, que proporcionaram leveza, transparência e plasticidade às novas estruturas criadas para garantir o fluxo de pessoas nos espaços internos e externos do Museu, assim como segurança e acessibilidade.
O terraço, um desses novos volumes, projetados pelos arquitetos foi batizado de “TerrAço Paulo Mendes da Rocha” em 2021, após seu falecimento.
O projeto expográfico do Museu foi desenvolvido pelo curador Marcello Dantas, que para transmitir o conteúdo utilizou interfaces tecnológicas e personagens fictícios como ferramentas de ludicidade aliadas da memória e da experiência.
O resultado dessa parceria entre projetos arquitetômico e expográfico foram 18 salas novas com 44 exposições.
Resultados
Nestes 15 anos de existência, o MM Gerdau tem firmado seu lugar como um dos equipamentos culturais mais importantes da capital mineira, oferecendo programações, eventos e atividades diversas e inclusivas para seu público. Anualmente, recebe mais de 200 mil visitantes, tendo alcançado este ano a marca de mais de 1,8 milhão de visitantes.
A recepção desses visitantes é feita pelo setor Educativo, o coração do museu, que media e simplifica terminologias científicas do mundo mineral para uma linguagem didática e inclusiva, com isso, as principais ações do setor são visitas mediadas presenciais e virtuais, oficinas e capacitação de professores. Foram mais de 240 mil pessoas em quase 8 mil ações educativas realizadas!
O Museu também cumpre seu papel enquanto divulgador e multiplicador da ciência e da cultura com uma extensa programação oferecida ao público gratuitamente, que abarca ciências, tecnologia, culturas e artes. Desde 2010, recebeu quase 340 mil pessoas em cerca das 1.200 ações realizadas.
Com grande empenho para receber pessoas com deficiência (PCD) e garantir ampla acessibilidade ao longo desses 15 anos, mais de 22.500 pessoas com deficiência visitaram e conheceram o MM Gerdau e sua sede o Prédio Rosa, que conta com equipe capacitada, banheiros adaptados, piso tátil, elevadores, acervo tátil e vaga exclusiva no estacionamento.
As exposições temporárias também são um dos pilares da programação institucional, garantindo novidades aos frequentadores durante todo o ano, tendo sido realizadas cerca de 65 exposições nesses 15 anos, com a presença de mais de 190 mil pessoas. E para ampliar o alcance e o acesso a elas, desde 2020, levamos 16 dessas exposições temporárias em formato virtual para o perfil do MM Gerdau no Google Arts & Culture.
Projetos Especiais
Ao longo de 15 anos, foram inúmeras as iniciativas desenvolvidas pelo MM Gerdau e oferecidas ao público, de múltiplas naturezas e objetivos diversos. Citaremos aqui alguns dos principais projetos que se consolidaram e representam a história do Museu:
Programa coMciência
Criado em 2013, o programa propõe atividades voltadas a divulgação científica, de forma ampliada, por meio da realização de palestras, exibição de filmes, cursos, oficinas, bate-papos e exposições. Aos longo dos anos, o programa se consolida, culminando no Edital coMciência, que reuniu projetos de exposições de arte e tecnologia do Brasil e do mundo em três edições: 2019, 2020 e 2021.
Encontro de Colecionadores de Minerais
Desde sua primeira edição em 2014, o Encontro reúne pessoas comuns apaixonadas por minerais e rochas de todas as idades, que retiram suas coleções guardadas em casa para expor nas coletivas anuais do MM Gerdau, onde podem discutir e trocar histórias, curiosidades e conhecimentos.
O Encontro para colecionadores adultos acontece em outubro e já está em sua 12ª edição. Ele cresceu tanto que temos também o Encontro para colecionadores mirins – EncontriMM (Encontro Mirim de Colecionadores de Minerais). Nele recebemos crianças que já iniciaram suas coleções e vêm ao Museu para expor suas amostras, além de participarem de oficinas e dinâmicas educativas.
Rock no Metal
O projeto surge em 2017 de uma brincadeira dos amantes do estilo Heavy Metal, que batizam o MM Gerdau como o Museu do METAL. Com data fixa na programação do museu, 13 de julho, o Dia Mundial do Rock, o projeto recebe diversas bandas, feiras de artigos de rock’nroll, oficinas e rodas de conversa. Desde 2024 conta também com edição em Araxá/MG e patrocínio da CBMM.
O Museu é Nerd
Desde 2017, sempre no mês de maio, em celebração ao Dia do Orgulho Nerd e para quem curte as culturas pop, geek e nerd. O Museu é tomado por jogos, danças e cosplayers de personagens de desenhos, filmes, séries de TV e jogos. Até o Conselho Jedi aparece por aqui! Neste dia, a visitação atinge comumente a participação de mais de mil pessoas.
Museu Volante
Diz o ditado que “pedra que não rola cria limo” e para nós, um museu estático não se transforma. Com o Museu Volante, colocamos o pé na estrada com o objetivo de democratizar o acesso e ampliar os conteúdos de nossas ações, promovendo exposições autorais itinerantes. Foram realizadas duas exposições temáticas que alcançaram três municípios mineiros, para além de Belo Horizonte: Fósseis: Do mar à conquista da terra, em 2019 e 2020, com 27 mil visitantes e Usina Wigg: os primórdios da siderurgia no Brasil, em 2024, com 22 mil visitantes.
O Museu Atravessa a Cidade ou OMAC para os íntimos
É um projeto viabilizado pela Lei Municipal Incentivo à Cultura da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), que leva até as escolas municipais de ensino infantil as ações do MM Gerdau com foco em temas como diversidade, raça, gênero, ciência e culturas, que são apresentados por meio de contação de histórias e oficinas que estimulam a imaginação e a criatividade das crianças.
Se Essa Rua Fosse Nossa
Promove a ocupação da Alameda da Educação, em frente ao MM Gerdau, com atividades lúdicas e de lazer voltadas para o público infantil, em celebração ao Dia das Crianças. Experimentos, oficinas, jogos e dinâmicas acontecem dentro e fora do Prédio Rosa. As atividades têm caráter científico, educativo e artístico, buscando proporcionar experiências e aprendizados dentro do exercício de apropriação do espaço público – a rua.
Em 2023, ampliamos ainda mais o projeto, integrando outras instituições do Circuito Liberdade na programação das atividades oferecidas aos participantes. O projeto existe desde 2018 e já atendeu cerca de 3 mil pessoas, em mais de 50 atividades de lazer e educativas-culturais.
Acervos
Atualmente, o Acervo do MM Gerdau é formado por materiais de diferentes naturezas como geológico, papéis e documentos, objetos, arquitetônico e digital.
Destacamos aqui três coleções deste acervo:
Coleção MMPDG
Museu de Mineralogia Professor Djalma Guimarães
É um acervo geológico municipal da PBH, com cerca de 4 mil itens, que foi cedido temporariamente ao Museu em 2010 e desde então, parte dele íntegra nossa exposição permanente e é exibido no Prédio Rosa.
A coleção MMPDG percorreu um longo caminho até chegar ao MM Gerdau. Sua formação se iniciou nos anos de 1930, na ‘Feira Permanente de Amostras’, que exibia tudo o que de melhor era produzido em Minas Gerais: grandes cristais de quartzo, pepitas de ouro, pedras preciosas, minerais exóticos ou rochas ornamentais.
Em 1974, é levada para um novo museu da cidade, – o Museu de Mineralogia Professor Djalma Guimarães – em homenagem ao eminente geólogo Djalma Guimarães, que havia falecido no ano anterior. A coleção recebeu várias doações ao longo de sua história, ampliando seu tamanho.
O MMPDG teve duas sedes em prédios emblemáticos da cidade: o conhecido ‘Castelinho’, na esquina da Rua da Bahia com Augusto de Lima e o tbm conhecido ‘Rainha da Sucata’, na esquina da Av Bias Fortes com a Praça da Liberdade, onde funcionou até 2009.
Coleção MMM
(Museu das Minas e do Metal)
Coleção geológica iniciada antes mesmo da abertura do Museu ao público, em junho de 2010, pois mesmo com a riqueza da Coleção MMPDG, cedida também antes da inauguração, foi necessário adquirir mais amostras minerais para compor as exposições do Inventário Mineral, Chão de Estrelas e Miragens, esta última, especificamente, recebe a linda Rubelita da foto ao lado, como exemplar representativo das gemas brasileiras, entre outras aquisições.
Aos poucos e ao longo desses quinze anos, essa coleção foi crescendo ainda mais, principalmente, a partir de doações e novas aquisições feitas pela instituilção. A mais recente, foi uma Hematita Especularita, do município de Miguel Burnier, de 16 quilos.
Coleção Prédio Rosa
Coleção composta pelos elementos prediais do Prédio Rosa, que em seus quase 130 anos de construção, já passou por diferentes formatos de uso, sendo sempre necessárias adaptações, reformas e restaurações para poder sediar suas finalidades.
Ainda existem, nas paredes internas do Prédio Rosa, marcas de seu uso original como ‘Secretaria do Interior’ e sua fachada ainda exibe, orgulhosa, as palavras que ali foi a ‘Secretaria da Educação’, instituição que serviu para alavancar a educação no Estado.
São peças, objetos, plantas e desenhos que fazem parte do acervo da coleção, físico e também virtual, que ilustram as intervenções no Prédio Rosa, mas sem que o mesmo seja desconsiderado como objeto de um importante tombamento histórico e artístico em 1977, um dos grandes patrimônios de Minas Gerais e cartão postal de BH.
O propósito da missão do MM Gerdau existir é instigar a valorização dos patrimônios geológico e cultural, bem como a produção do conhecimento científico, a partir do universo dos minerais e suas aplicações, por meio de atividades educativas, culturais e científicas, que promovam diversidade e conexões entre pessoas, tempos e saberes, de forma democrática e inclusiva.
A visão de futuro que o MM Gerdau deseja alcançar é ser referência em geociências e estar entre os mais importantes museus de ciência e tecnologia do Brasil, sendo reconhecido nacionalmente e internacionalmente como um espaço cultural de ciência e pesquisa, em diálogo permanente com a sociedade.
Associando missão e visão, está em elaboração o projeto ‘Futuro do Museu’, uma proposta de requalificação do MM Gerdau, que visa renovar e modernizar o museu dentro de uma nova narrativa expográfica, tanto o conteúdo das exposições como das infra estruturas expositivas e do Prédio Rosa. Na nova narrativa:
- O universo das Minas e do Metal é mantido e ampliado para escala de Planeta;
- Maior destaque dos Fenômenos Naturais e das Dinâmicas do Planeta;
- Mais Acervo e Prédio Rosa em exibição;
- Mais Aplicações dos Minerais no dia a dia.
Quem faz o MM Gerdau - Museu das Minas e do Metal
- Patrocínio: Gerdau
- Apoio: CBMM
- Parceria: Circuito Liberdade, Fundação Clóvis Salgado, Secretaria de Estado de Cultura e Turismo/MG
- Realização: Ministério da Cultura - Governo Federal
- Conselho de Administração: Wendel Gomes da Silva - Francisco de Assis Lafetá Couto, Leonardo Silva Barbosa, Paulo do Amaral Boneff e Pedro Moraes Torres.
- Direção Executiva: Márcia Guimarães
- Direção Administrativa/Financeira: Pedro Andrade
- Núcleo de Gestão: Luiza Macedo, Juliane de Oliveira, Cássia Braga, João Silveira e Lívia Flores
- Jovem Aprendiz: Nathalia Matias da Silva
- Gerência de Relacionamento Institucional: Paola Oliveira
- Gerência de Patrimônio: Giovanna Pires
- Acervo: Adriana Borrelli Achtschin e Carina Camargos
- Assessoria Museológica: Cor Exposições e Projetos
- Comunicação: Lucas D'Ambrosio - Matheus Gramigna e Alanis Margarita
- Educativo: Cybele Guimarães - Lorene Correia, Samuel Roza Marinho, Allane Machado, Ana Cláudia Rubinich Franco, Bruna Caetano, Diego Amaro, Emerson Luiz, Isabella Camila, Islaine Moreira, Juliana Cavalli, Lucas Ramon, Paloma Inácia, Rodrigo Martins, Selena Leal, André Luiz, Clara Moreira, Letícia Souza, Luís Fernando de Souza Marco Aurélio, Mariana Rodrigues e Victória Ribeiro
- Manutenção: David Silva - Cíntia de Paula, Jesse Martins, Jéssica Marques, Jorge dos Santos, Karina Vargas e Luís Azevedo
- Pesquisa: Luciano Faria e André Siqueira
- Produção: Renata Matos - Adson Junior, André Jaued, Eder da Silva e Leonardo Miranda
- Tecnologia: Alexandre Livino, Edimilson Soares e Eric Borges
- Web-design LP 15 anos: Naitech